Teresa Salgueiro é, sem dúvida, uma figura artística ímpar no nosso País e, desde há quase três décadas, constitui uma imagem emblemática de Portugal no mundo.
O seu percurso na música inicia-se em 1986 quando, com apenas 17 anos, é convidada para integrar a fundação do grupo Madredeus, gravando 9 discos de música original, criada especificamente para a sua voz. Entre 1987 e 2007, vinte anos de viagem e mais de cinco milhões de álbuns vendidos em todo o mundo tornaram-nos nos primeiros representantes internacionais da música feita em Portugal depois de Amália Rodrigues. E Teresa Salgueiro, com a sua presença discreta e delicada e a sua voz extraordinária, foi a “figura de proa” dessa nau musical.
Convites de nomes tão distintos como José Carreras, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Carlos Núnez, Angelo Branduardi ou Zbigniew Preisner reconheceram Teresa como uma das grandes cantoras contemporâneas. Teresa começava assim a esboçar os passos seguintes do seu percurso, aventurando-se com gravações e concertos em que colaborou com artistas distintos de diversas nacionalidades.
Em 2011 retira-se para o Convento da Arrábida, onde grava o disco no qual assume a produção, bem como a direcção musical e a escrita da música e letras. Com “O Mistério” prossegue a sua ininterrupta viagem à volta do mundo, tocando nas mais importantes salas para plateias que acorrem com entusiasmo e curiosidade ao reencontro com esta Voz que escutam com paixão há tantos anos.
A qualidade da suas interpretações, bem como o rigor técnico dos espectáculos que idealiza, têm sido alvo de rasgados elogios, por parte, tanto da Crítica, como do grande Público.
A viagem de “O Mistério” proporcionou ainda uma nova aventura que se traduziu na criação de arranjos originais para uma série de canções mexicanas e latino americanas, culminando com a edição exclusiva para o México do disco “La Golondrina y El Horizonte” e consequentes apresentações ao vivo, com estreia mundial no Festival Cervantino.
“O Horizonte”, o seu último álbum autoral, é a afirmação da sua faceta de compositora e letrista, expressa na criação e interpretação de um repertório original.#alegria, editado em 2019, é o seu mais recente tema, que não só celebra 12 anos de carreira a solo mas também dá nome ao seu novo espectáculo. Musicado por Teresa Salgueiro, tendo como base o poema “Alegria” de José Saramago (in “Provavelmente Alegria”, 1970), o tema é um apelo a uma tomada de consciência para os exigentes desafios de humanização do mundo actual. Para a cantora, o tema reflecte e reafirma o direito à Alegria como fruição total da vida, que todos temos o dever de proporcionar ao próximo e de implementar no mundo. Numa altura em que, tendo conhecimento da realidade global social, se reconhecem tantas injustiças e quebras de liberdade, Teresa Salgueiro considerou importante declarar a Alegria em conjunto, como um manifesto.